sábado, 29 de agosto de 2009

Doce veneno

“A Julieta era uma idiota. Porque ela se apaixona por aquele cara que ela sabe que não pode ter… Todo mundo acha isso tão romântico: Romeu e Julieta, amor verdadeiro… que triste. Se Julieta foi burra o bastante para se apaixonar pelo inimigo, beber uma garrafa de veneno e ir repousar num mausoléu, então ela teve o que merecia.” {Meredith Grey}

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Desenganos (I)

Ela não acreditava mais no amor até que de repente esse sentimento a invadiu sem dar nenhuma chance a ela de lutar contra ele, para que o mesmo não se apossasse da sua mente. E quando isso aconteceu, ela sabia que as consequências não iam ser as melhores, mas até o momento não conhecia realmente a definição da palavra sofrer, já que nunca tinha sentido de uma maneira tão drástica como essa pequena palavra tinha o poder de acabar com qualquer pessoa. Ela via sempre o sofrimento das amigas, como elas choravam e se lamentavam por conta disso, mas nunca tinha sentido na própria pele daquele jeito tão intenso como sentiu há algumas semanas.
No começo ela acreditava na perfeição, que tudo era perfeito, que as coisas eram perfeitas e principalmente que ele era perfeito. Porém não sabia que a perfeição tinha prazo de validade. Depois de ter formado uma imagem surreal, de ter depositado a sua confiança, ter concedido liberdade, ter acreditado nas mentiras dele e de ter descoberto que a perfeição só existiu pra ela é que ela pode enxergar a realidade que sempre esteve ao seu alcance e que teimava maquia-la para fingir não avistar. Em seguida ela pode ver em como sua vida tinha se transformado num completo inferno depois daquele dia em que ele resolveu voltar a falar com ela após uma briga que fez os dois se afastarem durante alguns meses. Meses estes que para ela foram maravilhosamente bem aproveitados, sem tristeza e solidão, apenas desfrutando o que a vida tinha de melhor para oferecer, só com alegrias, risadas e felicidades junto com as amigas que ela amava.
Quando ela ouviu aquelas palavras de aversão contadas por uma amiga entrando pelos seus ouvidos sentiu uma faca apunhalá-la pelas costas. Ela não podia acreditar que ele a enganou, ela não conseguia acreditar, ou será que não queria? Será que desejava mais uma vez poder fechar os olhos e fingir que nada aconteceu? Não, desta vez foi grave demais. Ela se sentiu como um lixo, como um brinquedo, como um objeto barato que depois de usado foi jogado fora. Não sabia mais o que pensar, em quem acreditar. Ela se sentiu inteiramente perdida dentro de seus próprios devaneios, sentiu seu mundo num instante desmoronar. Justo aquele mundo que demorou tempos e tempos para edificar, aquele que ela lutou com unhas e dentes para erguer e batendo de frente com as pessoas que não queriam vê-lo finalizado. E o pior de tudo é que isso não saía da cabeça dela, que esses pensamentos fúnebres a inundavam e a envolviam nos momentos mais inconvenientes, e as palavras da amiga, aquelas palavras, martelavam na sua mente diariamente fazendo-a chorar por mais um dia. (continua...)

{escrito em Julho, 2008}